Em reunião com o Conselho Empresarial de Relações Internacionais da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), o presidente da Câmara México-Brasil / Camebra, Miguel Ruiz Luna, falou sobre a importância de estreitar laços entre o país e o estado de Minas Gerais. “Falta difundir as oportunidades entre México e Brasil. Os países são potências que podem facilitar acesso a taxas mais atrativas e acordos de livre comércio”, disse Ruiz Luna.
Durante o encontro, realizado no dia 13 de agosto de forma virtual, o presidente da Camebra apresentou números e dados que mostram como o mercado México-Minas pode ser proveitoso para ambos. A crise de relações internacionais que se apresenta entre os Estados Unidos e a China, os dois maiores mercados mundiais, pode abrir espaço para o crescimento de outros personagens no comércio internacional, como o próprio México. E, nesse panorama, Ruiz Luna apontou que a disrupção do abastecimento mundial, em função desse conflito, pode ter como efeito alteração de custos e tempos logísticos.
Outro fator que altera a ordem mundial de comércio é o Covid-19. “O mundo está muito complicado, com colapso de sistemas econômicos em função da pandemia. Além disso, há baixa confiança dos mercados, abertura intermitente do setor de turismo, transição do real para o virtual, conflitos sociais e tensões geopolíticas em diversas partes do mundo”, disse o presidente da Camebra.
OPORTUNIDADES
O presidente da Camebra foi além. Sabedor da potencialidade de tecnologia, de capacidade produtiva e de comércio mineiro, ele defende que uma das alternativas é “de SaoPaulizar as relações”, fazendo referência ao protagonismo paulista no comércio exterior no Brasil.
“Temos que diversificar onde o Brasil é forte, como setores de odontologia, energia eólica e outros produtos”. Ruiz Luna destacou que Minas e o Brasil têm muito a ganhar ao aproveitar, por exemplo, o México como plataforma de exportação para os Estados Unidos, tanto pela proximidade quanto pela força da relação comercial entre eles. Hoje, os norte-americanos são os maiores parceiros do México e representam 63,3% dos negócios. Nesse ranking, o Brasil está em quinto lugar, com 1,1% dos negócios.
Como atrativos, o presidente da Camebra apresentou alguns fatores que chamou de guias de expectativas da economia mexicana, que são a integração em cadeias produtivas mundiais, relação do valor do peso mexicano em relação ao dólar americano, baixa inflação, aumento real de salário, dimunição da dívida pública (com estimativa de 51% em 2021), projetos de infraestrutura e confiança do investidor no México.
Atualmente, a relação comercial do Brasil com o México está assim:
Principais produtos exportados do México para o Brasil
. Automóveis tipo turismo – 19,8%
. Peças e acessórios de veículos – 18,2%
. Veículos de carga – 3,5%
. Equipamentos elétricos de telefonia ou telegrafia – 2,4%
. Equipamentos elétricos de iluminação – 2,1%
. Outros – 54%
Principais produtos importados pelo México do Brasil
. Produtos intermediários de ferro ou aço sem liga – 9,2%
. Automóveis tipo turismo – 6,8%
. Milho – 5,2%
. Motores a gasolina – 4,9%
. Favas de soja – 3,7%
. Outros – 70,2%
Olhando somente para o mercado mineiro, Ruiz Luna listou oportunidades para produtos como café, vinhos, cachaça, madeira, lácteos, frutas, aço, móveis, pedras ornamentais, tecnologia petroleira, automóveis e autopeças, biotecnologia e helicópteros e peças. Outro ponto positivo citado por Luna é a similaridade cultural entre México e Brasil.
Nesse cenário, a Camebra oferece o “softlanding”, inclusive para comércios com os Estados Unidos, busca de clientes, distribuidores, provedores, investidores, manejo de armazém, logística, aduana, rodas de negócios e apoio a empresas mineiras na aquisição de outras empresas e alianças estratégicas. O presidente do Conselho Empresarial de Relações Internacionais, Cláudio Motta, avaliou o encontro como um ponto de partida importante para aumentar o relacionamento comercial do empresariado mineiro com o México. “Pudemos observar nesta reunião que as oportunidades de negócios com o México são muitas e podem auxiliar vários setores da nossa economia, inclusive agora para retomar as perdas causadas pelos impactos da pandemia”.
Assista à reunião:
Ata:
Confira a apresentação e o vídeo promocional: