O Brasil é um país onde há predominância de empresas abertas e geridas por famílias. O levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sebrae, feito em 2020, revela que 90% das empresas no Brasil são familiares. Elas representam 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam 75% da força de trabalho do país.
Nesse cenário, é muito importante discutir e profissionalizar a gestão dessas empresas. O Conselho de Recursos Humanos da ACMinas realizou, no dia 4 de novembro, um evento para ouvir duas especialistas sobre a governança familiar e sobre como implantar metodologias de gestão profissional nessas empresas comandadas.
Mônica Cordeiro, coordenadora-geral do Capítulo Minas Gerais do Instituto Brasileito de Governança Corporativa (IBGC), explicou que a governança corporativa garante a construção da confiança e do futuro de qualquer empresa. Então, em ambientes geridos por famílias, temos esferas sociais que se convergem em muitos momentos. E é importante que elas se desenvolvam juntas para que nenhuma se sobressaia à outra e, assim, possibilite qualquer desequilíbrio.
A segunda palestra foi de Teresa Roscoe, consultora de governança e desenvolvimento organizacional e também professora associada da Fundação Dom Cabral. A especialista ressaltou que um dos primeiros passos para a governança de uma empresa familiar é estabelecer a clareza dos valores da família, trabalhar os conflitos e criar um entendimento desse núcleo. Outro passo muito importante é a formalização de todos os processos e documentação correta de tudo o que é feito. Ela destacou alguns pontos:
- abertura de diálogo
- acolhimento de divergências e questionamentos
- definição de papéis e acordo de conduta
- alinhamento de conhecimento, entendimentos e expectativas
- conciliação de interesses individuais e coletivos.
A presidente do Conselho de Recursos Humanos, Eliane Maria Ramos de Vasconcellos, destacou, ao fim da apresentação, que a governança demanda muitos atores e é necessário avaliar o desejo, a vontade e o envolvimento de cada membro da família no negócio, para que a governança seja adotada na empresa familiar.
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